sábado, 25 de abril de 2009

Rebel, Rebel

De inicio ele só parecia ser um menino comum. Adoro me enganar com a humanidade, porque ele era o que eu menos pensava que seria. Uma criança, de fato, mas o tipo de criança que conseguia fazer meus ohlos brilharem mais do que se ganhasse o presente que eu mais queria. Mas claro, se tudo fosse feliz e maravilhoso, a vida não seria interessante.

Sonhei milhoes de vezes com seus cabelos enrolados em meu ombro, fazendo a cosquinha mais confortante que já poderei sentir. E com nós dois juntos ouvindo o bom e velho Bowie, não na vitrola como desejariamos, mas não importa. O fato é estar com ele, do lado dele, tomando um vinho quente de merda ouvindo o primeiro cd que le ganhou do tal do Bowie, de quem ouvi falar tantas vezes, mesmo conhecendo pouco.

Mas o pequeno rebelde consegue mudar a minha atmosfera e meu humor com uma facilidade de que se dá um peteleco em uma formiga. Suas palavras mal colocadas, que fazem eu me sentir um lixo, seus poemas, que me fazem sentir como sempre a outra, e não a verdadeira, a amada. É peculiar porque nunca fui a amante. Só uma unica vez pude sentir seus beijos, e fiz com que a possiblidade de outros beijos, outros toques, outros abraços e outros carinhos naquele cabelo enrolado acabassem.

E agora, sinto raiva do bowie cantando nos meus ouvidos sobre uma cidade aleatoria, sobre mudanças, ou sobre qualquer outra coisa. Mas persisto em ouvir aquela voz entrando pelo ouvido, passando pelo meu corpo todo, como uma corrida por algo, mas que chega no coração e encontra um tumor. Não um tumor de verdade, o tumor que ele, aquele menino, o especifo, aquele que você aponta e fala o nome com uma vontade absurda deixou. Mal sabe, que a cura é ele mesmo, com todas as suas palavras, algumas que machucam, muitas que confortam, com seus poemas escritos para a outra (nunca fui merecedora de poemas, muito menos escritos por ele), e com o fato de olhar pra ele, e saber que ele tá ali, mas que nossa distância mental, é maior do que a distância de nossos corações.

O que faço? Deixa o Bowie me dizer o que fazer.

Um comentário:

Aline Lopes disse...

E tão difícil quando sonhamos e desejamos algo com tal forma que esquecemos de ver o que esta ao nosso redor e quando a realidade chega já e tarde, por maior que seja a raiva, por mais triste que fiquemos, continuaremos a tremer diante daquele olhar, o sorriso, a voz que nos embala.
E difícil à aceitação, mais ainda quando temos certeza que o sorriso, beijos, abraços não nos pertence.

Amei o texto.

Beijoss